Alterações Climáticas PT 1: O Preço da nossa dívida ao planeta [MARIA JOÃO MARTINS]
01 Setembro, 2023
01 Setembro, 2023
Todas as semanas, para não referir todos os dias, encontramos na comunicação social referências a eventos provocados pelas alterações climáticas. São diversos os temas e os cabeçalhos que vão desde as temperaturas extremas que deixaram a Europa em alerta e à ameaça aos glaceares do norte, até aos devastadores incêndios no continente americano ou a fortes tempestades e cheias que assolam zonas tradicionalmente desérticas na Ásia e África.
As alterações climáticas são de tal forma uma realidade e requerem uma ação tão urgente, que os próprios governos têm criado ou adaptado os nomes dos seus Departamentos Ministeriais, como é o caso de Portugal no qual o antigo Ministério do Ambiente, após várias denominações, se passou a designar Ministério do Ambiente e da Ação Climática.
Mas o que são as alterações climáticas? São variações ou grandes mudanças nos usuais padrões meteorológicos, de longo prazo, do planeta Terra. Estas alterações já ocorreram diversas vezes desde a sua formação (há cerca de 4,5 mil milhões de anos), mas atualmente encontramo-nos novamente numa situação crítica causada pelo aquecimento global .
A principal causa das alterações climáticas é o efeito de estufa, ao nível atmosférico, retendo o calor solar e aquecendo o planeta. As principais consequências, para além das já referidas são as secas extremas, a redução da biodiversidade e as inundações, entre outros que têm efeitos sobre as culturas agrícolas, disponibilidade e qualidade da água e consequentemente na vida do quotidiano das populações, podendo levar pessoas à pobreza, escassez alimentar, perda de habitações entre outras. Devido a estes eventos e à rapidez e imprevisibilidade com que acontecem, o problema dos migrantes climáticos tem escalado. Segundo o Internal Displacement Monitoring Center (IDMC), só em 2022, cerca de 22,3 milhões de pessoas se deslocaram devido a desastres climáticos.
“The era of Global Warming has ended; the era of Global Boiling has arrived!” – António Guterres
António Guterres, atual Secretário das Nações Unidas, num dos seus últimos discursos sobre o tema, refere que diversas entidades oficiais a nível mundial apontam o mês de julho de 2023 como o mês mais quente da “história da humanidade, alguma vez registado”. Foca-se ainda nos dramas que ocorreram e nos consequentes danos a nível humanos e materiais, na rapidez com que as alterações climáticas estão a acontecer e estabelece uma metáfora que mostra o quão assustador é tal situação: “a era do aquecimento global acabou, a era da fervedura / ebulição global chegou!”. Refere que para se conseguir parar tal situação é essencial que todos os atores rapidamente atuem ao nível da ação climática, da justiça climática, da Agenda 2030 e da contribuição para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. (veja o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=og7QrAZJQP8)
O artigo terá a sua continuação num próximo post.
Gráfico por: https://www.axios.com/2023/07/07/earth-four-hottest-days-thursday