LOW-CODE: COMO SURGIU, PORQUE PRECISAMOS [LEONOR RIBEIRO]
03 Novembro, 2023
03 Novembro, 2023
História da computação
A história das linguagens de programação e dos computadores é uma jornada marcada por notáveis inovações e evolução. As primeiras linguagens de programação remontam à época da criação dos primeiros computadores e, com o advento destes últimos (isto é, de máquinas que podem ser programadas de forma a executar operações automaticamente), a necessidade de criar algoritmos e novas formas de utilização foi crescendo.
Inicialmente, os computadores foram conceptualizados e empregues para efetuar cálculos, porém, com o avançar dos anos e o célere progresso da sociedade, novos usos têm vindo a ser implementados. De notar que, com a fundação da Internet e da World Wide Web, o paradigma mudou novamente e novas linguagens de programação nasceram e foram adotadas para o desenvolvimento de aplicações que pudessem ser executadas nos browsers (ex: Microsoft Edge, Google Chrome, etc.).
Não obstante, a primeira linguagem de programação era somente um algoritmo que acompanhou a criação do primeiro computador, no século XIX. Em meados do século seguinte, contudo, a carência de máquinas mais complexas aumentou até que, finalmente, surgiram os computadores eletrónicos, lançando as bases para a computação moderna, oferecendo maior versatilidade e crescentes funcionalidades. A par da evolução dos computadores, também as linguagens de programação foram sendo aprimoradas.
Com o avanço da tecnologia e a crescente competitividade no mundo empresarial, a necessidade de máquinas e linguagens de programação que oferecessem vantagens competitivas tornou-se mais premente. As linguagens iniciais tornaram-se obsoletas para aplicações comerciais devido à expansão das operações e às novas exigências da computação, pelo que a programação em linguagem binária ou Assembly não era a solução ideal: era trabalhosa, com poucos especialistas e voltada principalmente para cálculos matemáticos
Neste contexto, começaram a surgir algumas das linguagens que são, até hoje, das mais populares e das que criaram a base para muitas outras que foram sendo concebidas posteriormente, tal como C e Python. Estas linguagens, sendo de mais alto nível, assemelham-se à linguagem humana, tornando-as mais fáceis de compreender e de utilizar, ao invés das linguagens de mais baixo nível, que se concentram nas operações da máquina, sendo assim mais difíceis de redigir.
Como expressou Grace Hopper, em 1978, o nosso objetivo constante deve ser a criação de programas melhores, com menor esforço e a democratização da programação, tornando-a acessível a todos aqueles que desejam resolver problemas. No entanto, apesar do ritmo acelerado da sociedade e do mundo empresarial, o desenvolvimento de soluções continuava a ser um processo demorado e desafiador, desde a conceção até à entrega do produto final. De forma geral, criar um programa robusto, seguro e bem implementado é exigente, dispendioso e requer especialistas de uma linguagem específica para os desenvolver. Além disso, a busca por profissionais qualificados para o desenvolvimento de aplicações não é uma tarefa simples, principalmente visto que aprender a "escrever código" era, até recentemente, uma habilidade de difícil acesso para muitos.
Nos anos 2000, tendo em consideração estas conjunturas, novas plataformas surgiram dentro do movimento RAD (Rapid Application Development – pode ser traduzido em Desenvolvimento Aplicacional Rápido). Dentro dela, novas ferramentas floresceram, especificamente plataformas de low-code (ex: OutSystems) e no-code (ex: Webflow), de forma a refrear a complexidade e conseguirem ter acesso a mais talento, sem requerer profissionais altamente experientes. Estas soluções estão fundamentalmente relacionadas ao Visual Programming, que se trata de uma forma de programar de maneira intuitiva, sem a necessidade de escrever linhas de código – ou, pelo menos, tanto código.
Estas plataformas têm crescido de forma substancial e, num estudo da Gartner, pode-se ler que é previsto que o low-code será responsável por mais de 65% do desenvolvimento aplicacional feito até 2024.
Low-code e os seus benefícios
Plataformas como a OutSystems, que é a ferramenta de produtividade elegida pelo Departamento de Sistemas de Informação, têm como primeira preocupação a resolução de problemas do negócio, bem como a arquitetura do software, ao invés de ter como primordial foco o código em si. Por conseguinte, é possível o desenvolvimento de aplicações que beneficiem o negócio e que mais rapidamente dão resposta às necessidades da empresa e, também, dos seus clientes. O low-code permite criar programas complexos, personalizados e relevantes, reduzindo paralelamente a complexidade característica do desenvolvimento tradicional.
Consequentemente, organizações que tirem proveito de low-code conseguem responder mais rapidamente às exigências do mercado, sem necessitarem de recursos excessivamente dispendiosos.
Em suma, a utilização da OutSystems permite obter:
Dada a envergadura e as imposições dos mercados e das organizações modernas, muitas das aplicações desenvolvidas têm um nível de sofisticação bastante elevado, pelo que, mesmo através da OutSystems, é possível adicionar código personalizado em JavaScript ou, até, em C# (linguagem pertencente à família de C).
Figura 1: Comparação entre uma plataforma low-code (à esquerda, OutSystems) e desenvolvimento com código JavaScript (à direita)